Teste: Conheça a Sundown MAX SED
Além das informações e impressões naturais levantadas por uma reportagem de teste, o “Canal da Moto” oferece a você, internauta, uma matéria com personagens, roteiro e todos os detalhes que fizeram parte desta análise da moto urbana da Sundown, que foi pilotada por Reinaldo Baptistucci. Com vocês, a MAX O equipamento vem completo de fábrica com partida elétrica e a pedal, painel com indicador digital de marcha, hodômetro total e parcial, lampejador de farol alto, conta-giros eletrônico e até sensor de celular. Dispõe ainda de protetor de escapamento, amortecedores traseiros reguláveis e pedaleiras traseiras fixas no chassi. Seu motor 125cc de 4 tempos oferece expressiva autonomia e gera 12,5 cv de potência a 8500 rpm. As rodas são de liga leve; o freio dianteiro, a disco com pinça de pistão duplo. A MAX é vendida em toda a rede de concessionárias Sundown ao preço sugerido de R$ 5.548,25. Ansiedade pela aventura Meu celular tocou, era o Leandro, direto da redação da revista avisando que a moto acabara de chegar e estava à minha disposição. “Beleza”, respondi. “Passo amanhã por aí e já saio com ela para viajar”, independente da chuva que caía e do frio que fazia. Iria rodar com ela pelas estradas e também participar do Encontro de Penedo (RJ). Meu objetivo seria percorrer 1000 km no menor tempo possível. Usaria o sábado e o domingo para fazer o teste da MAX SED 125cc da Sundown, moto que eu em particular não conhecia e muito menos tinha rodado com ela. Mas as informações que chegavam diziam ser uma Gata muito confiável e prestativa. Contudo, isso só seria confirmado após eu espetar a primeira — e falando francamente não via a hora de andar com a “moça”. Sexta feira, 7h da manhã. Subi na minha Harley-Davidson 883 e parti direto para a redação da revista. No caminho, fui conversando com ela e percebi um certo ar de desdém, ironia e preconceito. - Imagina! Você montado em uma 125cc e indo pra Penedo (responde a HD). Por lá, Reinaldo, só há moto fera, só foguete. Por acaso você vai entregar pizza para a Ana Pimenta, organizadora do evento? Quem deveria ir era eu, e você sabe muito bem disso, mesmo assim, boa viagem... O portão abriu e a HD irada, sem olhar para lado algum, entrou nervosa; urrando igual a uma onça pintada e parou ao lado da inocente MAX 125, que sem saber de nada dá um sorrisinho. É lógico que o clima era tenso e eu não pretendia arrumar confusão com nenhuma das duas motos. Desliguei a 883, acenei para a Sundown e o Leandro dispara uma pergunta: - E ai, vai encarar? - Sim, respondi. Rumo a São Bernardo Saí da redação, engatei a primeira marcha e logo o motor pediu a segunda, com o giro lá em cima. Assustado, parei e pensei: “Vou ter que aprender a andar com essa moto, o motor é nervoso e sem vibrações preocupantes, mas com todo esse giro eu não chego na esquina, muito menos em São Bernardo, na Center Motos ABC, onde instalaria o carregador de bateria de celular (APT) que, aliás, foi muito útil durante toda a viagem”. Recomecei lentamente e, aí sim, percebi que a terceira, quarta e quinta marchas eram mais suaves e elásticas. Mas será que ela era boa de freio? O farol fechou e eu alicatei, notei que o sistema de freio era potente e não precisa do uso de força adicional, pois a moto parou firme e sem balançar. Em dois quarteirões, percebi que a MAX 125 não era tão inocente assim e que embaixo das minhas pernas tinha uma motocicleta com uma proposta de trabalho e lazer generosa, a um baixo preço, extremamente resolvida e bem acabada. Quem roda de moto em São Paulo sabe que a avenida dos Bandeirantes é um verdadeiro inferno, o trânsito pesado e sempre parado é um convite à prudência e que todo cuidado é pouco. Foi por ali que passei com a MAX, e no meio do trânsito ela se comportou muito bem, com retomadas vigorosas, fácil pilotagem e extrema leveza nas manobras. Nas saídas de farol, ela acompanhava bem o fluxo de carros e motoboys, e com pequenos toques do corpo eu percorria as curvas sem alterar a trajetória, o que me deixou animado. Mas será que ela era boa de estrada? Livrei-me do trânsito e finalmente peguei a rodovia Anchieta, com bom fluxo, o que fez a MAX pular de alegria. Fui lentamente ganhando velocidade até chegar aos 80 km/h, quando bati o olho no contagiro e o ponteiro mostrava 7000 rpm; era muito giro para pouca velocidade. Meu coração ficou apertado e ao mesmo tempo preocupado. Será que ela agüenta? Mesmo assim continuei subindo de giro até alcançar 9000 rpm e indo aos 100 km/h. Dali não passei e voltei aos 80 km/h, pensando que os engenheiros da Sundown sabiam o que estavam fazendo, pois rodar meia hora a 8000 rpm é uma coisa, mas o dia todo, sem parar, é muito diferente. Na sexta-feira à noite fui dar umas bandas com a MAX e a Solange — minha namorada — na garupa. Rodamos nas ruas e avenidas de São Bernardo. Em dois, a moto foi muito bem, a primeira e segunda marchas mostraram os dentes reduzidos e bem escalonados para uma carga a mais que poderia ser muito bem um baú enorme e cheio de encomendas para entregar. Estava comprovado que a moto tinha vocação para o trabalho pesado (conclui). E segundo a Solange, a garupa era confortável e espaçosa. Hora de encarar a viagem Levantei às 3h30 da manhã e fui amarrar a mochila na garupa da moto. A falta de ganchos laterais me deixou chateado; a MAX merecia no mínimo dois de cada lado. Outra queixa: as pedaleiras do piloto poderiam ser retráteis como as do garupa. Montei na Gata, liguei o motor e apesar do forte frio, ela pegou na hora. Acendi o farol, chequei as lâmpadas e parti para a rodovia Ayrton Senna. Antes do amanhecer, eu já estava bem longe com a moto, rodando entre 80 e 90 km/h. Em meio ao nevoeiro intenso, o farol potente e bem regulado facilitava a pilotagem. A lanterna traseira era de bom tamanho e bem visível, o que me deixou mais seguro. Ah, o consumo de combustível. Parei com 152 km percorridos e coloquei 3,95 litros de gasolina. Fiz a conta e veio a resposta: 38,48 km/L. “Ótimo”, pensei. “Com 11 litros úteis no tanque, rodo 425 km sem parar e ainda fico com três de reserva. Maravilha”. Nesse momento o frentista pergunta: - Não é CG, é? Lindona a motinho. E esse disco, foi você que instalou? Belezura total, ele é diferentão, nunca vi igual. As rodas são estilosas, qual é a marca da moto? Respondi direto que era uma MAX SED 125cc da Sundown, falei sobre o freio a disco, das rodas e desse jeitão esportivo. São todos detalhes originais de fabrica. Faixa vermelha Saí para a estrada com destino à rodovia Presidente Dutra, onde os caminhões me aguardavam ansiosos. Seria inútil comprar briga com os “brutos”, a melhor opção e a mais sensata era negociar a ultrapassagem sem colocar o ponteiro do nosso contagiro na faixa vermelha (10.000 rpm), e foi assim que mais uma vez me surpreendi, pois a MAX obediente dava o toque no momento certo — na subida e aproveitando com cautela o vácuo do bichão à minha frente. Deste modo, tocando com educação, chegamos ao nosso primeiro destino, Penedo. A chegada à cidade carioca foi cômica. Imagine a pequena MAX parando dentro do encontro bem em frente à tenda da organização com todo aquele povo olhando e não acreditando na “ousadia”. Eu, de dentro do meu capacete, via o pessoal observar aquela 125cc que acabara de pousar. Calmo, estacionei e fui em direção a Ana Pimenta, organizadora do evento. Fui recebido muito bem, e esse é o verdadeiro espírito do “Let’s Rider”. Independente da moto que eu estava pilotando, o que vale é o espírito e o respeito à motocicleta, pois você só vai ficar fora se aprontar. Depois desta rápida parada, segui meu caminho retornando para a rodovia Dutra, agora com destino à Barra Mansa. De lá, pegaria o acesso para Angra dos Reis (RJ). De Barra Mansa a Angra dos Reis, existe uma serra cheia de curvas e muito paralelepípedo. Era por ali que eu queria passar; restava saber se a MAX iria agüentar o tranco, mas de novo fui pego de surpresa, pois a moça é ótima de curvas e a suspensão tanto dianteira como traseira foram projetadas para percorrer com tranqüilidade o piso irregular, absorvendo com eficiência todas as imperfeições que vinham pela frente. Passada a serra cheguei na BR 101, velha conhecida e tantas vezes rodada. A MAX tirou de letra e, feliz, foi apresentada ao mar azul turquesa de Angra. Dali seguiríamos para a festa do Divino em Paraty. Com estrada boa e na companhia do sol, rodamos apreciando a paisagem única da Serra do Mar verdejante. Chegamos a Paraty, onde a Sundown foi a grande sensação junto aos motoboys. Mas um fato me deixou preocupado: o conjunto farol e piscas estava quase solto, balançando na frente da moto e logo uma chave de boca apareceu resolvendo o problema. Os quatro parafusos do conjunto foram apertados. Aproveitei a ocasião e lubrifiquei a corrente. Com isso feito, a MAX e eu já estávamos prontos para seguir viagem, em tempo de tirar fotos das embarcações ancoradas na praia do Itaguá, em Ubatuba. Nesse dia que passamos na estrada rodei 643 km, com media de consumo 39 km/L e a uma velocidade em torno de 85 km/h. A MAX estava inteira, esbanjando charme e saúde. O retorno para casa Eram 5h da manhã de domingo. Saí da Praia do Lázaro com destino a Caraguatatuba e São Sebastião. A MAX, alegre, contornava as curvas com a esperteza de sempre. Nas retomadas, os pneus grudavam no chão, mas eu escutava um “cleck” vindo lá de baixo. Seria a capa da corrente solta ou a relação que estava folgada? Em Caraguá, parei para vistoriar o conjunto e constatei que a corrente estava totalmente bamba. Um re-aperto geral foi a solução, além de uma nova lubrificada. Isso feito, partimos em direção a São Sebastião e Bertioga, já sabendo que iríamos enfrentar duas serras fortes e uma baciada de curvas fechadas. A MAX, que nessa altura do campeonato eu já estava chamando de Valentina, encarou com tranqüilidade todo o trajeto. Os freios não perderam ação, os pneus permaneceram com aderência, o conjunto quadro e suspensão não torceu. Foi quando percebi que já havíamos passado por Bertioga. Agarrando a rodovia Anchieta pelos dentes, na subida da serra, a MAX urrava de prazer mostrando todas as garras, e eu aproveitei para contornar as curvas da Estrada de Santos no melhor estilo. Foi divertido e emocionante saber que aquele quinteto — quadro, suspensão, motor, pneus e freios — era pra lá de competente. Cheguei a são Paulo no fim da tarde e fui tomar a cerveja de lei, com a pequena MAX estacionada entre as grandalhonas e poderosas HD’S de um bar da cidade. A 125 era motivo de curiosidade. Brindei os 955 km rodados e com um gosto de missão cumprida cheguei à conclusão de que a MAX SED 125 da Sundown foi feita para você que completou 18 anos ou já chegou na Melhor Idade, pois esta motocicleta possui qualidades que vão agradar iniciantes ou mesmo os velhos e veteranos motociclistas. Ficha Técnica Motor: 4 tempos (OHV), 1 cilindro, refrigerado a ar Cilindrada: 124 cm³ Diâmetro e curso: 56,5 x 49,5 mm Sistema de lubrificação: Forçado por bomba trocoidal e banho de óleo Taxa de compressão: 9,0:1 Potência máxima: 12,5 cv a 8500 rpm Torque máximo: 0,87 kgf/m a 7000 rpm Sistema de partida: Elétrica e a pedal Suspensão dianteira: Garfo telescópico Suspensão traseira: Braço oscilante com dois amortecedores hidráulicos Freio dianteiro: Disco Freio traseiro / diâmetro: Tambor / 130 mm Pneu dianteiro: Pirelli 2,75 x 18 MT 39 reinf 42P Pneu traseiro: Pirelli 90/90 x 18 MT 15 reinf 52P Rodas: Liga Leve Comp. x Larg. x Alt.: (2010 x 760 x 1120) mm Altura do assento: 768 mm Distância entre eixos: 1300 mm Distância mínima do solo: 170 mm Peso seco: 112 kg Transmissão: 5 velocidades (1-N-2-3-4-5) Embreagem: Multidiscos banhados em óleo Ignição: CDI Bateria: 12V 6 Ah (Delphi - FX 6D) Farol: 35/35 W - Lâmpada halógena Tanque de combustível: 14 litros (reserva 3 litros) Óleo do motor: 1,1 litro Capacidade máxima de carga: 155 kg (piloto, passageiro e carga) Cores: Azul-safira, Vermelho-candy, Preto-ônix e Prata-star. Preço sugerido: R$ 5.548,25 |